Andréa
Meira Lima Peres
Desafio Profissional - Módulo C
Pós-Graduação em Metodologias para Educação à
Distância
Universidade
Anhanguera-Uniderp
Introdução
Na realidade em que
nós vivemos, com a evolução das tecnologias a olhos vistos e uma necessidade de
flexibilidade temporal podemos observar que a Educação a Distância possui a
tendência de aumentar sua procura acarretando, em contrapartida, um aumento na
oferta desse tipo de serviço.
Porém, mais do que
uma melhora quantitativa, devemos cuidar, principalmente, da melhora
qualitativa dos cursos a serem oferecidos e ministrados e um dos aspectos a
serem observados com mais atenção é o polo de apoio presencial, sua
infraestrutura, sua importância no processo ensino-aprendizagem e sua interação
com a equipe pedagógica e o corpo discente.
Este será o cerne
abordado nesse trabalho: o polo de apoio presencial e as suas nuances para a
Educação a Distância.
Sobre o Polo.
De acordo com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), os polos de apoio presencial são
as unidades operacionais para o desenvolvimento descentralizado de atividades
pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a
distância pelas instituições. São pontos de encontro em que ocorrem os momentos
presenciais previstos pelo decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 que
englobam as avaliações, os estágios, as defesas de TCC e quaisquer outras
atividades que devam ser cumpridas presencialmente.
Para
isso, é necessário que o polo possua alguns quesitos importantes para atender
aos alunos. Além de uma equipe pedagógica preparada e formada para a tarefa,
são necessárias instalações físicas que contenham todas as facilidades
ofertadas ao aluno presencial, como: biblioteca, laboratórios e profissionais
que possam dirimir as dúvidas ou oferecer apoio técnico aos discentes.
Considerando
que o polo de apoio presencial é o local em que alunos e faculdade interagem
nos momentos presenciais exigidos por lei, faz-se necessário os cuidados
referentes ao que deve ou não fazer parte desse polo, sempre levando em conta a
necessidade do aluno e o que rege as normas para esse espaço.
É
no polo de apoio presencial que o aluno deverá buscar refúgio para sanar
dúvidas, fazer pesquisas, solicitar documentos, etc. Portanto, esse espaço
deverá levar em conta tudo o que é imprescindível possuir para atender a todas
as demandas do alunado, tanto administrativa quanto pedagogicamente falando.
Assim
como um aluno da modalidade presencial, o discente da Educação a Distância
deverá ter acesso a todas as tecnologias e espaços destinados aos seus estudos
para que sua construção do conhecimento seja feita da melhor maneira possível.
O
polo deve possuir ambientes, mobiliários e profissionais em número suficiente
para esse atendimento e disponíveis em dias de final de semana, visto que o
alunado dessa modalidade, em geral, é trabalhador e possui pouca
disponibilidade de horário para comparecer sempre na instituição de ensino,
portanto o calendário acadêmico deve estar à disposição tão logo o estudante
efetue sua matrícula, assim possibilitando que ele se programe com
antecedência.
Um
polo de apoio presencial bem estruturado, planejado e equipado, transmite ao
aluno a segurança de que ele fez uma boa escolha em optar por esta ou aquela
instituição. Dessa maneira, podemos dizer que o polo é o cartão de apresentação
da faculdade e, quanto mais ele estiver em sintonia com a matriz melhor para
todos os atores.
Sobre a Avaliação na EAD
Um dos
pontos mais importantes dentro da EAD são as avaliações, tanto virtuais como
presenciais.
A avaliação
é uma parte muito importante do curso, pois é o momento em que há uma
verificação do progresso alcançado no processo de ensino-aprendizagem.
Ao
contrário da forma tradicional de ensino, uma boa avaliação não deve acontecer
apenas no final do curso ou ao final de cada etapa, ela deve ser continuada,
sendo usada como “um termômetro” mensurando e indicando se há necessidades de
mudanças de táticas para atingir o objetivo que é a formação acadêmica do
educando.
Segundo
Zanelato (2009, apud Fonseca, 2014):
A avaliação em EAD não é uma ação
pontual e isolada, é um processo dinâmico que ocorre em um período determinado
e segue conforme o planejamento. A estrutura conceitual de uma avaliação deve
levar em consideração algumas circunstâncias: o momento, as funções, os
conteúdos, os procedimentos, as ferramentas e os agentes, assim, é preciso
analisar o processo de avaliação em razão de sua aplicabilidade.
Por
intermédio das avaliações, professores e alunos podem determinar seu progresso
acadêmico, mudar metodologias de ensino e de estudos, refletir sobre a
construção de saberes e compartilhar experiências e é por isso que há de se
haver a confiança de que a avaliação é uma das melhores ferramentas que existem
para o sucesso de qualquer ensino, desde que seja encarada de forma tranquila,
colaborativa e sem temor.
Há três
tipos de avaliações:
- Diagnóstica: em que as competências do alunado são levadas em consideração e a ele é atribuído algum nível;
- Formativa: processo pelo qual é verificado se há necessidade de ajustes nas metodologias, levando em consideração os progressos dos alunos;
- Somativa: provas tradicionais em que o maior foco é estipular uma nota ao desempenho estudantil.
Para os
cursos em EAD as avaliações dos tipos formativas são mais indicadas, pois
permitem que sejam identificados não apenas o progresso, mas, inclusive, as
dificuldades de aprendizagem de cada aluno, bem como do trabalho de docência.
Para que a
avaliação seja feita de forma eficiente deve-se levar em consideração fatores
como: o que pretende ser avaliado - se o conteúdo de uma unidade ou de um tema
em específico -, as formas de avaliação (prova tradicionais, entrega de
trabalhos, estudos de casos, seminários), tempo para entrega das avaliações e
formas pelas quais serão entregues ou apresentadas.
Em EAD, há
algumas formas diferenciadas de avaliação formativa que podem ser usadas,
privilegiando o fato de que os alunos e os professores estão distantes tanto em
âmbito temporal quanto geográfico.
O Moodle
é a principal ferramenta de avaliação à distância, adotado pelas instituições.
Segundo
Medeiros e Silva (s/d, apud Fonseca, 2014), o Moodle
parece agradar a todos os usuários de uma plataforma e-learning.
Aos administradores, pela simplicidade de configuração e administração. Aos
profissionais formadores (professores e tutores), pela disponibilidade de
ferramentas de criação de conteúdos de utilização fácil. E aos formandos, por
dispor de uma interface simples e intuitiva.
Por
intermédio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) que é disponibilizado pelo
Moodle,
há a interatividade professor/aluno e aluno/aluno. É uma ferramenta de
avaliação muito boa, pois é considerada simples e de fácil utilização pelos
envolvidos, que podem interagir trocando experiências, informações, e
dialogando constantemente de formas síncronas (chat) ou assíncronas (fórum de
discussões), sempre valorizando a agenda do cursista e sua forma de administrar
o seu tempo para o estudo.
Dentro do Moodle, ainda, há outras formas de
avaliação que podem servir tanto aos alunos quanto aos professores. Aqui
falamos dos quizzes que são os
questionários com múltiplas escolhas ou opções de associação de respostas, que
podem dar de imediato a resposta ao aluno se ele acertou ou não as questões.
Tão importante quanto notificar dos erros ou acertos, é dar um feedback ao aluno, principalmente no
caso do erro, para que ele possa reavaliar seu ponto fraco e, até mesmo, rever
o conteúdo ministrado e, esse feedback
pode fazer parte da revisão do quizz,
onde o aluno compara as suas respostas, com as previamente gravadas, do
professor.
O professor também pode requerer que o estudante envie a ele, sua
produção textual, por meio do AVA, numa página específica em que o aluno faz o upload do arquivo. Já nessa forma de
avaliação, o feedback será enviado
pelo professor dentro de um prazo pré-estipulada que em geral, gira em torno de
sete dias úteis. É muito importante que o docente não demore demais em sua
devolutiva, mais uma vez ressaltando a importância da rapidez na resposta para
evitar desinteresse por parte do aluno.
De qualquer forma, é importante ressaltar que, frente às diversas
possibilidades de avaliação, o aluno da EaD deve ter um mínimo de conhecimento
tecnológico para encarar o desafio, pois ele dependerá disso para ser avaliado
pelos professores do curso.
Feitas as avaliações chega a necessidade de analisar os resultados
obtidos, chegar a uma conclusão de todo o processo até o momento, levando em
consideração não apenas os resultados da avaliação, mas inclusive, e
principalmente, os fatores causadores desse resultado.
Para que essa análise seja feita de forma eficiente, é necessário
que ela seja feita levando em consideração todas as tecnologias e todos os
profissionais envolvidos com o curso, incluindo professores conteudistas,
tutores, equipe técnica e pedagógica, pois dessa maneira, todas as áreas
diretamente ligadas com a EaD serão analisadas e um retrato mais definido de
toda a cena poderá ser revelado à todos.
Sobre a importância da coordenação acadêmica do polo e a sua contribuição para o aluno virtual.
Ao falarmos da
Educação a Distância, além de mencionarmos o que é necessário num polo de apoio
presencial e nas formas de avaliação, devemos cuidar, inclusive, da gestão
pedagógica para essa modalidade de ensino.
E para chegarmos
nesse tema, há necessidade de sabermos um pouco mais sobre o coordenador
acadêmico de polo, suas atribuições e seu perfil profissional.
O coordenador
acadêmico de polo tem como principais funções a de intermediar as relações
humanas (alunos/profissionais) que ocorrem dentro do polo de apoio presencial e
zelar e cuidar de sua infraestrutura física.
Para entendermos
melhor, vamos resgatar o conceito de polo de apoio presencial segundo o Decreto
nº 5.622/2005 em seu artigo 12º:
Polo de apoio presencial é a
unidade operacional, no país ou no exterior, para o desenvolvimento
descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos
cursos e programas ofertados a distância. (BRASIL, 2005).
Isto é, para o aluno
o polo de apoio presencial é o mesmo que a faculdade em si, é claro que com
características diferentes da matriz, porém, em essência, provendo as mesmas
possibilidades de estudo, pesquisa e interação.
Neste contexto
podemos dizer que o coordenador acadêmico deve ser uma pessoa dinâmica e
integrada com todas as áreas. Deve ser um líder entre todos os atores, uma
pessoa que transmite segurança, confiabilidade e eficiência, e que instiga e
motiva seus funcionários a buscarem a excelência dentro daquilo que fazem, a
tornarem-se cada vez melhores.
Mesmo que não haja
uma legislação específica que regule a função do coordenador de polo, e o
conceito desse profissional seja estabelecido por cada instituição onde ele vá
atuar, podemos verificar que suas tarefas basicamente se referem à
administração da unidade e gestão de pessoas, isto é:
É o profissional que zela
pela relação do polo com a universidade, seus cursos e alunos, tal como pela
infraestrutura física, tecnológica e de recursos humanos. (PEREIRA, 2014)
Dentre as atribuições
do coordenador, podemos destacar:
- Prestar auxílio aos alunos em questões acadêmicas;
- Estar a par do projeto pedagógico dos cursos, de seu material didático assim como do conteúdo específico dos cursos sob sua responsabilidade;
- Controle de recebimento e de distribuição do material didático:
- Atender para que a infraestrutura tenha capacidade de viabilizar todas as atividades dos discentes;
- Cuidar para que tanto os processos administrativos quanto os acadêmico-pedagógicos estejam em bom funcionamento;
- Supervisionar o trabalho realizado no polo;
- Organizar e acompanhar o processo seletivo feito no polo;
- Participar de capacitação técnica constante para aprimoramento de suas atividades no polo;
- Zelar que se cumpram as atividades previstas no calendário acadêmico da universidade;
- Recepcionar e atender as pessoas autorizadas pela universidade, curso ou instituições governamentais;
- Elaborar e encaminhar registros de atividades, relatórios e documentos solicitados pelo coordenador do núcleo de educação a distância;
- Atendimentos em geral.
Resumindo, o
coordenador acadêmico de polos, tem por função principal representar a
universidade no polo ou em qualquer outro local em que sua presença se faça
necessária, por isso esse cargo deve ser ocupado por pessoas capacitadas que
atendam a critérios como:
- Possuir nível superior ou pós-graduação;
- Ter conhecimento de informática;
- Ter conhecimento em processos de administração;
- Ter conhecimento dos processos de educação a distância.
Em alguns casos, a
preferência do cargo é dada ao profissional que já tenha certa experiência na
função, porém, não chega a aparecer como quesito exatamente pelo pouco tempo de
existência do cargo, como relatado por PEREIRA (2014).
Considerações Finais
Como conclusão desses
apontamentos, percebemos que a realidade de cursos a distância está longe de
ser simples, pois não se trata apenas de jogar um conteúdo na internet e
esperar que o aluno entenda, assimile e obtenha boa pontuação.
Há uma estrutura
complexa em que se deve primar pela excelência do resultado atendendo a todas
as demandas estabelecidas pelo MEC.
Cuidados devem ser
tomados da mesma forma que o são para os cursos presenciais, sempre tendo em
vista a necessidade do aluno e da comunidade onde ele está inserido.
Resumindo:
- O polo é o prolongamento da Universidade atingindo pontos de difícil acesso pelas matrizes e dando ao aluno virtual todas as possibilidades de crescimento acadêmico oferecido ao aluno presencial.
- As avaliações devem privilegiar não apenas a obtenção das notas necessárias para a promoção no curso, mas como o bom desempenho contínuo do aluno e de seus tutores, da equipe pedagógica e do próprio projeto político pedagógico.
- A gestão do polo deve ser entregue a um profissional preparado academicamente, tecnologicamente e tecnicamente para a função, que saiba e tenha comprometimento com as tarefas a serem desempenhadas, lembrando sempre que o resultado do seu trabalho e do trabalho de sua equipe trará tanto o sucesso como o fracasso para o empreendimento, uma vez que, depende dele a visão que o corpo discente terá da seriedade da universidade e do curso ofertado.
Finalizando, embora a
Educação a Distância, nos parâmetros que hoje temos, venha crescendo no
dia-a-dia, faz-se imperioso que não haja de forma alguma a estagnação dos seus
atores. Capacitação é necessária sempre, por todos os envolvidos, desde o
operacional até a gestão.
Referências
AGUIAR, Valéria. et al. Avaliação de Curso em Ead via Internet. Programa
de pós-graduação em Educação da UFRJ – RJ – [200-?]
DECRETO Nº 5.622, DE 19 DE
DEZEMBRO DE 2005. http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/dec_5622.pdf Acesso em 14/07/2014
http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16:o-que-e-um-polo-de-apoio-presencial&catid=10:polos&Itemid=30 Acesso em 14/07/2014
FONSECA, Simone de Loiolo Ferreira. Ferramentas de Avaliação em
EAD. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. p. 1-78. Disponível em:
<http://anhanguera.com>. Acesso em: 3 mai. 2014.
JODAS, Juliana. Polo de Apoio Presencial. Valinhos:
Anhanguera Educacional, 2014. p. 1-61. Disponível em:
<http://anhanguera.com>. Acesso em: 3 mar. 2014.
PEREIRA, Carlos Eduardo Candido. Coordenação
Acadêmica de Polos. Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Valinhos:
Anhanguera Educacional, 2014. p. 1-88. Disponível em:
<http://anhanguera.com>. Acesso em: 3 abr. 2014.
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