Ontem, xeretando a internet, achei umas atividades interessantes de matemática para o Ensino Fundamental e decidi postá-las aqui, pois trata-se de atividades que estão à disposição do público que acessa o site que mencionarei no rodapé desse post.
São atividades de palavras cruzadas que ensinam aos alunos a escrever corretamente os numerais cardinais e ordinais e os ajudam também com cálculos simples como podem ser vistos a seguir.
Esperem que gostem.
Referência:
http://susana.migsus.com/drupal/node/29
Os trabalhos e artigos aqui compartilhados são, em sua maioria, produzidos por mim e/ou meu grupo de estudos da Faculdade e são postados como auxiliares para estudantes dessa área tão linda, porém, tão menosprezada. Por ser uma página exclusiva de pesquisa, caso você seja autor de algum conteúdo constante nesse blog e que não queira ele divulgado, entre em contato urgente comigo, dizendo o motivo, o nome e a data da postagem para que eu possa deletá-lo.
Tá perdido? Pesquise, então.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
"Aprender e Ensinar Matemática no Ensino Fundamental"
Aprender e ensinar matemática no ensino fundamental
Andréa Meira Lima
Peres – RA 189705
Pedagogia 5º MA
Professora Maria da
Penha Tessarini
Resumo
Este trabalho é a
síntese de parte do conteúdo dos Parâmetros Curriculares Nacionais de
Matemática para o Ensino Fundamental, onde é abordado quais são as
necessidades, objetivos e possíveis métodos na aplicação desse assunto, para os
docentes designados à execução dessa tarefa.
Serve para auxiliar,
instruir e nortear os temas que devem ser tratados sempre levando em
consideração a necessidade do aluno frente à sociedade na qual estão inseridos.
Palavras-chave: Matemática. Ensino Fundamental. PCN.
1. Introdução
O processo do ensino
da matemática abrange algumas variáveis importantes, tendo como principais
envolvidos o aluno, o professor e o saber matemático.
Como pontos
importantes nesse processo, temos a necessidade de conhecer as principais e
básicas características dessa ciência, o nosso público-alvo e a diversidade
didática que envolve essa disciplina, para que se obtenha, no fim, o objetivo
almejado.
Nos dias de hoje, com
a gama de informações existente, os educandos já não são tão passivos quanto
antes, eles necessitam de uma metodologia de ensino que os privilegiem, e a
escola que optar por fazer dessa necessidade o seu carro-chefe obterá, sem
dúvida, resultados maravilhosos.
Uma matemática
interdisciplinar que “faça sentido” ao aluno, além de prazerosa, torna mais
eficaz a compreensão e auxilia na formação de um cidadão questionador, crítico
e analista.
Um professor
comprometido com o ensino de uma matemática dinâmica e interdisciplinar deve,
não apenas conhecer teorias metodológicas mas, também, possuir conhecimentos de
sua história, o que sem dúvida ajudará no processo ensino-aprendizagem. O
conhecimento transmitido não será apenas um monte de regras memorizadas e
posteriormente esquecidas.
O modelo tradicional
de ensino no qual o professor apresenta o “ponto” e o aluno o reproduz de
acordo com o passo-a-passo do mestre caiu por terra mostrando a sua ineficácia
perante o fato de que o aluno realmente não compreendeu o que lhe foi passado.
A consciência de que
o aluno não é uma folha em branco e possui saberes prévios, coloca-o no centro
do processo ensino-aprendizagem, reinventando o papel do professor que passa de
simples transmissor de conhecimento para o de incentivador, organizador,
mediador e controlador do que está sendo ministrado, auxiliando seus discentes
na aquisição e formulação de hipóteses e conclusões.
Outra interação tão
importante quanto a do professor com o aluno é entre os educandos,
desempenhando um papel muito importante na formação cognitiva e emocional de
cada indivíduo.
O fato de poderem
trabalhar em grupo, ajudando e apoiando um ao outro, compartilhando experiências,
promove além da habilidade de interagir coletivamente, o amadurecimento no
campo da pesquisa por melhores resultados, o saber expressar-se e ouvir o
outro, a argumentação e a compreensão e formulação de resoluções e conclusões.
“Essas
aprendizagens só serão possíveis na medida em que o professor proporcionar um
ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever,
perguntar e ampliar ideias.” – (PCN MATEMÁTICA, pg.31)
2. Alguns caminhos para “fazer matemática” na sala de
aula
Não há uma fórmula
mágica para ensinar matemática, mas há algumas possibilidades que podem ser
trabalhadas pelo docente, tais como:
- O recurso à resolução de problemas que busca que o aluno a partir de uma situação-problema, elabore um ou vários procedimentos de resolução, comparando os resultados obtidos com os dos colegas e formando, por fim, a sua conclusão validando o método usado para chegar até ele;
- O recurso à história da matemática onde é apresentado ao aluno o fato de que a matemática é uma área de conhecimento criada pelo homem, para a solução de problemas ocorridos durante a sua trajetória desde os primórdios da humanidade, satisfazendo a curiosidade do como surgiu, para que surgiu e de que modo surgiu, facilitando o entendimento do aluno sobre algo que, muitas vezes, para ele, não fazia sentido algum;
- O recurso às tecnologias da informação não podem, de forma alguma, deixar de existir na realidade do ensino da matemática, visto que estamos numa era em que o acesso à informação é amplo e ocorre, muitas vezes, em tempo real. São ferramentas que podem ajudar e muito o aluno e o professor como apoio para o ensino da matemática, fonte de aprendizagem e ferramenta para desenvolvimento de habilidades específicas nessa área. A tecnologia pode ensinar o aluno a aprender com os seus erros, trabalhar coletivamente trocando suas produções, comparando-as e construindo conceitos;
- O recurso aos jogos largamente usado pelos docentes é um facilitador na aprendizagem que se adquire de forma lúdica, privilegiando o cognitivo, o emocional, o moral e o social de cada criança estimulando cada vez mais o raciocínio lógico.
Os objetivos gerais
do ensino da Matemática para o Ensino Fundamental abrangem que o aluno possa
identificar os conhecimentos matemáticos que facilitarão a sua convivência com
a comunidade, fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e
qualitativos, resolver situações-problema, comunicar-se matematicamente,
estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes campos, sentir-se
seguro da própria capacidade de construir conhecimentos matemáticos e interagir
com seus pares de forma cooperativa.
A seleção dos
conteúdos que devem compor o currículo do ensino da Matemática, devem ser
pensados a partir da necessidade da sociedade brasileira contribuindo para o
desenvolvimento intelectual do aluno, lembrando que no futuro, esse
conhecimento permitirá ao cidadão lidar com informações recebidas diariamente.
Dentre os conteúdos
que devem ser abordados no Ensino Fundamental estão os conceitos de:
- Números e operações: que permitirá ao aluno conhecer os vários tipos de representação numéricas existentes e algoritmos simples e complexos (equações), para que servem e quando podem ser utilizados;
- Espaço e forma: que contribui para a aprendizagem da matemática pois, é a partir das noções geométricas que o ensino é executando, estimulando a criança a observar, perceber semelhanças partindo da exploração dos objetos do mundo físico atingindo outras áreas de conhecimento;
- Grandezas e medidas: por estar presente no nosso cotidiano, o ensino de grandezas e medidas torna-se essencial nos primeiros anos do Ensino Fundamental e sua abordagem pode e deve alcançar todas as áreas de conhecimento, trabalhando deste a sua história até a sua aplicação nos dias atuais;
- Tratamento da informação: abrange noções de estatística que leva o aluno a construir procedimentos de coleta, organização, comunicação e interpretação de dados obtidos; noções de combinatória onde o aluno lida com situações-problema que o estimula a lidar com combinações, arranjos e permutações; e noções de probabilidade cuja principal finalidade é fazer o aluno compreender que grande parte dos acontecimentos cotidianos são de natureza aleatória.
Selecionados os
conteúdos, a sua organização deve respeitar certos critérios como: a variação
de conexões que podem ser estabelecidas entre os diferentes blocos,
proporcionando ao aluno a compreensão fundamental de cada item dos diferentes
blocos; o tipo de ênfase que deve ser dada a cada item; e o nível de
aprofundamento dos conteúdos em função das possibilidades de compreensão dos
alunos.
3. Avaliação em matemática
Levando em
consideração o fato de que mudou o pensamento do ensino de Matemática, deve-se,
também, considerar uma mudança no método de avaliação dessa disciplina.
Um exemplo bem
adotado de avaliação são as chamadas fichas de mapeamento onde são registradas
as atitudes dos alunos frente aos conteúdos apresentados, tarefas, trabalhos,
postura em sala juntamente com as provas.
Tão importante quanto
avaliar o avanço do estudante é avaliar também os erros cometidos por ele, que
auxiliam o docente a descobrir se a sua metodologia está ou não dando bons
frutos, e com isso planejar a intervenção que deverá ser tomada para auxiliar o
aluno a avaliar o caminho percorrido.
4. Conclusão
Os Parâmetros
Curriculares Nacionais nos mostram que a realidade no ensino da Matemática para
alunos do Ensino Fundamental mudou drasticamente nos últimos anos, levando os
docentes a considerar o aluno como detentor de uma história e de conhecimentos
prévios que não devem jamais ser ignorados e sim usados em favor deles.
Uma matemática mais
voltada à realidade dos alunos, que faz sentido, oferecida de forma lúdica pode
e deve ser usada cada vez mais, objetivando o ensino eficaz de uma disciplina
que alcançará a vida toda da pessoa que está sendo formada em sala de aula.
5. Referência Bibliográficas
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Resenha - "A Criança e o Número" - Constance Kamii
“A Criança e o
Número”
Constance Kamii – Editora Papirus
Introdução
Com base nas teorias de
Piaget em relação ao ensino dos números paras as crianças, a autora Constance
Kamii, em seu livro “A criança e o número” procura esclarecer as dúvidas
recorrentes ao desenvolvimento da construção o conceito e da relação que a
criança estabelece com os números nos anos iniciais.
No intuito de facilitar o
entendimento desse processo, a obra é composta de quatro tópicos:
- A natureza do número;
- Objetivos para “ensinar” número;
- Princípios de ensino;
- Situações escolares que o professor pode usar para “ensinar” número.
1) A Natureza do Número
Para que possamos
compreender melhor como funciona a aquisição do conhecimento, Piaget
descreveu-as em três tipos, levando em consideração suas fontes básicas e o
modo de sua estruturação como vemos a seguir:
- · Conhecimento físico;
- · Conhecimento lógico-matemático;
- · Conhecimento social.
O conhecimento físico é
aquele que faz parte da realidade externa, aqueles que podem ser notados por
meio da observação.
O conhecimento
lógico-matemático é o conhecimento adquirido ao comparar dois ou mais objetos
estabelecendo relações de igual, diferente, maior e assim por diante.
O conhecimento social é o conhecimento
que advém da cultura e das convenções da sociedade na qual a criança está
inserida. Exemplo: 25 de Dezembro = Natal; 12 de Outubro = Dia das Crianças.
A característica principal
do conhecimento social, segundo Piaget, “é que sua natureza é preponderantemente
arbitrária”. (Kamii, 1990), pois nos exemplos citados, é notório que nem todas
as culturas possuem essas datas comemorativas em seus calendários, logo não há
qualquer relação física ou lógico-matemática entre o objeto e a sua denominação,
pois conhecimentos como estes são passados de geração em geração, porém uma
coisa, no fim, acaba tornando-se interdependente da outra, pois não poderíamos
pensar em Natal ou Dia das Crianças sem classificá-los em relação aos demais
dias do ano.
Piaget também fala sobre
dois tipos de abstração:
- A empírica (simples) onde a criança centraliza a sua atenção em certa característica ou propriedade do objeto em total detrimento do restante;
- A reflexiva, que já envolve a análise de mais fatores relacionados aos objetos. Uma construção verdadeira feita pela mente que só é possível por que a criança já possui uma estrutura lógico-matemático que possibilita novas observações em relação ao conhecimento que ela já tem.
A teoria Piagentiana combate
a ideia de que o conceito e a estrutura lógico-matemático do número não pode
ser ensinada diretamente porque a criança tem que construí-la por si mesma.
2) Objetivos para “Ensinar” Número
“A finalidade da educação deve ser a de desenvolver a autonomia da
criança, que é indissociavelmente social, moral e intelectual”. (Kamii,
pg.33)
A citação de Piaget na obra
de Kamii indica que, para ele, o desenvolvimento da autonomia da criança
deveria ser o foco da educação desde o princípio.
Entende-se por autonomia o
ato de governar-se, andar por si só, o que é totalmente oposto à heteronomia
que é ser governado, ou ser direcionado por outrem, prática ainda em uso por
boa parte das escolas que em sua metodologia de ensino ainda aplicam
subterfúgios como prêmios, estrelinhas, pontos positivos como compensações para
aqueles que acertarem o maior número de respostas.
O que deve ser entendido é
que o conceito de número não pode ser “ensinado” como se fosse algo automático,
adestrado. O professor tem a missão de estimular o pensamento espontâneo da
criança para incentivar a construção desse conceito de forma natural, sem
traumas e eficaz.
3) Princípios de Ensino
- A criação de todos os tipos de relações pela criança deve ser incentivada pelo educador. Deve-se levar em conta tudo: objetos, eventos, ações e todo o tipo de relação possível que possa existir e ser usado como item a ser estudado.
- A quantificação de objetos deve ser encorajada a todo instante, principalmente em ocasiões que façam algum sentido para a criança, que ela tenha necessidade disso ou tenha interesse. Exercícios de formação de conjuntos utilizando objetos móveis é uma boa tática.
- A interação social com colegas e professores deve ser estimulada a todo o momento, pois a troca de ideias e o debate entre as crianças sem que o professor dê a resposta, ao invés disso, apenas direcione as crianças a perceberem por si todos os ângulos da situação no intuito de acharem a falha, é uma experiência enriquecedora para todos.
4) Situações Escolares que o Professor
pode usar para “Ensinar” Número
É fornecido, pela autora,
opções de atividades baseadas em jogos e na vida diária que facilitam o
processo ensino-aprendizagem do conceito de número pelas crianças.
Tomando como atividades de
vida diária nós temos as tarefas de distribuição e divisão de materiais entre
os colegas de classe, votação entre outras.
Já no campo de jogos, o
leque é mais amplo, visto que cada jogo pode ter as suas regras modificadas
dependendo do objetivo pedagógico do professor, portanto nesse item, cabem
todos os jogos aplicáveis para as crianças.
Considerações Finais
Como falado anteriormente,
segundo Piaget, a forma ideal de educar uma criança é a de estimular o
desenvolvimento de sua autonomia trocando pontos de vistas com os pequenos,
evitando cair no erro de aplicar sanções que, de acordo com Kamii, possam
acarretar em:
- Cálculo de risco em que a criança passa a formular novas maneiras de infringir as regras com a intenção de ser descoberta ou mesmo sabendo que o será, pelo simples prazer que fazer algo que não pode;
- Conformidade cega que faz com que os pequenos obedeçam indiscutivelmente os adultos simplesmente para evitar atritos e continuarem a ter o respeito deles;
- Revolta que transforma uma criança de bom comportamento, em outra que faz o que bem entende, na hora e do jeito que quer, porém é importante ressaltar que rebeldia não é sinônimo de autonomia.
A autonomia moral é algo que
deve ser construído interiormente pela criança partindo de seu relacionamento
com o meio em que ela vive e embasada na relação de afeto e respeito mútuo
entre a criança e o adulto.
A autonomia intelectual de
uma pessoa ocorre quando ela está realmente convencida do seu erro e aceita,
por fim, a solução do outro.
Exemplo: A melhor forma de
fazer uma criança compreender que 4+2≠5 é perguntar à ela como foi que ela
chegou a essa conclusão, pois será durante a explicação que a criança perceberá
a falha, corrigindo por si só a resposta.
A construção da autonomia
como finalidade maior da educação, não só facilita a assimilação dos conteúdos
pelos alunos, mas, também, torna o professor um profissional mais eficaz no seu
ofício de “ensinar”.
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