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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

EDUCAÇÃO VIRTUAL: A IMPORTÂNCIA DE QUALIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA O PROFESSOR DA EAD

Andréa Meira Lima Peres
Curso de Pós-Graduação em Metodologias para Educação a Distância
Orientadora: Prof.ª Luciana Maria Terra Alves Carneiro
Universidade Anhanguera-UNIDERP – Campus Aliberti, SP


RESUMO


O seguinte artigo aborda a importância de qualificação e capacitação para a tutoria virtual atualmente, visto que, essa modalidade de ensino está cada vez mais em evidência e sua procura tem aumentado com o passar dos anos. Sabendo da importância de capacitação aos educadores presenciais, não se pode deixar de lado aquele que opta pelo modelo a distância, pois, tal qual o modelo tradicional, possui especificidades e particularidades que não devem ser negligenciadas. Todo professor pode ser um tutor ou trabalhar com essa modalidade, porém, há de se ter o cuidado de especializar-se e capacitar-se como tantos outros profissionais no mercado de trabalho. Devem-se considerar essenciais algumas competências, para os professores na modalidade da EAD, que devem ser trabalhadas e aperfeiçoadas para uma boa formação na carreira.

Palavras-chave: EAD, Educação à Distância, tutor virtual, ambiente virtual de aprendizagem.



INTRODUÇÃO


A evolução do ser humano dá-se pela capacidade de transmissão de conhecimentos aos seus pares, de uma geração a outra, ao longo da história. Pode-se dizer que desde os rudimentares desenhos rupestres nas cavernas de nossos ancestrais, estamos absorvendo ensinamentos deixados pelos mesmos, pessoas separadas de nós por milhares de anos e que ainda nos tem muito a ensinar.

Com o advento da escrita e da popularização da literatura a partir da invenção da imprensa, esses registros ficaram ainda mais fáceis de serem compartilhados eternizando não apenas fatos ocorridos, mas, descobertas, emoções e artes, possibilitando um maior alcance do público que deixou de ser, obrigatoriamente, elite.

A popularização da educação aliada ao desenvolvimento da tecnologia serviu para ajudar na formação de uma ampla gama de profissionais que antes, por falta de recursos ou possibilidade de locomoção estavam impossibilitados de obterem a capacitação necessária para as suas funções.

Assim como evolui a educação, o educador obrigatoriamente deve proceder da mesma forma participando de programas de atualização profissional, de cursos especializados na área da educação à distância e possuir o perfil para educar de longe sem colocar-se ausente perante seu aluno.

Sabendo que a Educação a Distância, embora não seja uma modalidade de ensino nova, que somente há pouco tempo tornou-se popular e teve seu desenvolvimento alavancado pela necessidade de um público específico, fica evidenciada a necessidade de haver profissionais direcionados para essa tarefa.

A procura de profissionais na área da educação a distância tem aumentado consideravelmente na medida em que novas tecnologias surgem e, como em qualquer profissão em ascensão, também necessita de profissionais habilitados para os seus cargos. 

Sobre a formação adequada dos professores na EAD, Kenski (2012) afirma:

É necessário, sobretudo, que os professores se sintam confortáveis para utilizar esses novos auxiliares didáticos. Estar confortável significa conhecê-los, dominar os principais procedimentos técnicos para sua utilização, avaliá-los criticamente e criar novas possibilidades pedagógicas, partindo da integração desses meios com o processo de ensino. (KENSKI, 2012, p.77)

Baseado na reflexão feita da leitura de algumas obras, desde um breve histórico da educação a distância até o perfil do tutor virtual, tenta-se chegar a uma conclusão de que toda a capacitação é necessária para uma função ser executada de forma eficaz e com excelência.
  

1. TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


1.1. UM BREVE HISTÓRICO DA EAD


O ser humano deve a sua evolução à capacidade de transmissão de conhecimento de uma geração para outra por intermédio dos meios de comunicação.

No início a oralidade era o único meio pelo qual a educação acontecia, porém com a invenção da escrita e a possibilidade de armazenar informações mais detalhadas de qualquer natureza, tornou-se mais fácil ampliar o raio de alcance para esse propósito. Um exemplo que poderíamos citar, de primórdios na educação a distância, seria o trabalho de evangelização que Paulo executou, boa parte estando preso, tendo como canal de comunicação suas tão famosas epístolas, onde ele instruía as igrejas sobre a importância em manterem-se firmes em sua fé. Isto é, ele por intermédio das cartas, aconselhava, orientava, intermediava, chamava a atenção, enfim, educava o povo para que não saíssem do caminho ensinado por Jesus.

Mas nessa época, e por muito tempo, a educação era muito limitada, pois os livros e volumes que guardavam os ensinamentos eram cópias manuscritas, logo, eram peças caríssimas e demoradas a serem confeccionadas, estando ao alcance de um número bem seleto de pessoas.

Com a invenção da imprensa, Gutemberg expandiu a possibilidade de instrução ao povo que antes não a possuía, pois a reprodução dos livros e periódicos tornou-se mais barato e rápido atingindo velozmente um maior número de mentes ávidas por instrução e conhecimento.

Um dos exemplos mais antigos, pois há vários, e registrado, que temos de curso a distância é datado de 1940 cujo anunciante, Isaac Pitman, oferecia um curso de taquigrafia por correspondência.

A disciplina era enviada impressa via correio para o aluno que se comunicava por esse mesmo canal com o tutor, nascia, então, a primeira geração da EAD, feita exclusivamente dependente dos serviços de postagem.

De acordo com a evolução das tecnologias, a EAD foi ganhando nova roupagem e novas parcerias, atendendo a demanda e à necessidade dos cursistas e do mercado de trabalho. Em 1920 ela já contava com a ajuda do rádio no auxílio de suas aulas e a instituição pioneira nesse uso foi Latter Day Saint’s University of Salt Lake City. Já em 1945 foi a IOWA State University que saiu a frente conseguindo licença para montar a primeira televisão educativa do mundo, de acordo com o comentado por Dutra e Levy (2015, págs. 08 e 9).

Com o auxílio dessas tecnologias aliadas ao uso de fitas de áudio, telefone juntamente com os serviços de correio, surge a segunda geração da EAD, um pouco mais interativa do que a primeira.

A terceira geração já vem formada por tecnologias que abrangem multimídias como o computador, videotexto e a internet dando assim o início à EAD online que se estende até a atualidade por todos os ambientes virtuais tais como redes sociais como Facebook e YouTube, por exemplo, até os mundos virtuais, metaversos, como o do Second Life e IMVU como mostrado por Behar (2013).

A partir das experiências nesse contexto, foi possível conceber que se estava à frente de um novo paradigma ao refletir sobre o uso de metaversos no âmbito educacional. Tal conjuntura mostrou uma perspectiva de trabalho diferenciada, em que as competências emergem como uma nova visão de proposta para o uso dessas tecnologias digitais na EAD.
Portanto, o advento de metaversos ocasionou uma acelerada expansão e um forte interesse na exploração e compreensão do seu potencial para a educação. (BEHAR, 2013, p. 195).

Dispositivos móveis como notebooks, tablets, IPad's, smartphones engrossam a lista de ferramentas hardware usadas para o uso no dia a dia pessoal, profissional e acadêmico do cidadão.

O aluno hoje não é apenas um aluno, ele é um cyber-aluno.


1.2. COMPETÊNCIAS NA EAD


Competências, segundo Dicionário da Língua Portuguesa comentado pelo Prof. Pasquale (2009, pg. 155) significa dentre outros; saber.

Na área educacional esse termo passou a ser usado para descrever a combinação desses saberes com as habilidades e metodologias usadas pelos profissionais da educação.

O uso do termo competências é uma consequência da necessidade de superar um ensino que, na maioria dos casos, reduziu-se a uma aprendizagem cujo método consiste em memorização, isto e, decorar conhecimentos, fato que acarreta a dificuldade para que os conhecimentos possam ser aplicados na vida. (BEHAR apud ZABALA e ARNAU, 2013, p. 22).

Behar (2013) apud Le Boterf (1994) enfatiza que das competências profissionais surgem a formação do indivíduo partindo dos recursos dos quais ele dispõe, das suas ações e de seus resultados e, por fim, do ato reflexivo que o mesmo tem diante do cenário ao qual se encontra.

Teorias, experiências, erros, acertos, tentativas, tudo isso forma ao longo do tempo as competências do profissional, que são muitas dependendo da especificidade e das demandas a ele impostas.

Hoje (2015) um dos equipamentos mais popularizados depois da TV é o computador e mesmo quem não o possui ainda em casa, faz planos de compra e tem acesso ao mesmo frequentando lan-house, casa de amigos ou usando-os em ambientes de trabalho.

A economia, a politica, a sociedade e a cultura estão cada vez mais adaptadas as TIC's (Tecnologias de Informação e Comunicação) e às exigências de seus usuários sedentos de novidades.

Não poderia ser diferente com a área da educação numa época em que muitas crianças já "nascem com um celular/tablet nas mãos". É primordial que instituições de ensino mantenham-se atualizadas em todos os sentidos, tantos as que atuam na modalidade presencial, quanto principalmente as que atuam na modalidade a distância.

A educação à distância por não permitir a transposição das práticas pedagógicas presenciais, deve-se valer de todo o elemento facilitador para a comunicação e interação entre docentes e seus alunos, desde materiais impressos (ainda podendo ser enviados via correio) até o uso da internet, sendo necessário que a todos os atores envolvidos nesse processo, haja um conhecimento mínimo suficiente das tecnologias aplicadas para que seja alcançado um resultado eficaz na obtenção da meta estipulada.

Partindo das necessidades impostas por essa nova modalidade de ensino, entende-se que a existência de quatro domínios associados à EAD, conforme explica Behar (2013, pág. 51):

  1. domínio tecnológico que é a ciência do uso de recursos como o ambiente virtual de aprendizagem, os fóruns, chats e demais ferramentas tecnológicas.
  2. domínio sociocultural que diz respeito a todos os aspectos sociais, culturais do sujeito.
  3. domínio cognitivo formado pela construção de saberes da pessoa e da sua aprendizagem.
  4. domínio de gestão referindo-se à administração do tempo e planejamento das práticas pedagógicas.


1.3. QUEM É O ESTUDANTE A DISTÂNCIA?


O aprendiz em EAD é, em geral, o adulto que já participa do mercado de trabalho e estuda apenas em tempo parcial. (BELLONI, 1999, pág. 42).

Considerando apenas essa definição não se pode ainda tirar maiores conclusões sobre a característica do aluno a distância. Porém, ainda em sua obra, Belloni (1999) cita Paul (1990) onde

dados consistentes mostram que os estudantes a distancia são na maioria adultos entre 25 e 40 anos, que trabalham e estudam em tempo parcial, bastante reduzido. Muitos estão voltando a estudar muitos anos após sua última experiência como aluno e muito frequentemente tiveram experiências educacionais negativas (...) muitos estudantes encontram dificuldades para responder às exigências de autonomia (...) muitos se acham despreparados, têm problemas de motivação, tendem a se culpar pelos insucessos e têm dificuldades de automotivação. (idem; p.33)

Porém, Jareta (2015) também afirma que:

[...] a grande novidade em relação à EAD no Brasil é que ela tem atraído cada vez mais estudantes jovens, que optam por fazer a primeira graduação à distância e que continuam buscando alternativas de estudo on-line ao longo da vida acadêmica e da carreira. (JARETA, 2015, p. 12)

Tendo uma visão um pouco mais detalhada do público que procura a EAD, fica ao docente a tarefa e o desafio de, partindo de interações e intervenções utilizando várias das ferramentas tecnológicas e comunicacionais disponibilizadas pela instituição, potencializar o desenvolvimento de ações e reflexões que visem garantir a esse estudante o acesso ao conhecimento e por consequência à aprendizagem do conteúdo ofertado. Para tanto, faz-se necessário que o todo o processo-aprendizagem seja motivador e atrativo, levando em conta a imensa gama de possiblidades existentes e que surgem com o avançar do tempo.

Quem se propõe a por em andamento, dirigir, observar e avaliar processos de aprendizagem no ensino a distância enfrentará dificuldades específicas. Pois docentes e discentes, não se encontram em proximidade física, mas sim, fisicamente distanciados. (OTTO, 2006, pg. 47)

Nesse ínterim, é importante ressaltar que se deve oferecer ao aluno virtual, uma educação à distância e não uma educação distante onde ele sente-se abandonado, sem apoio, respaldo e largado à própria sorte, pois, para esse aluno todo o contato com o seu professor-tutor é de suma importância para uma melhor assimilação dos conteúdos e manutenção da perseverança nos estudos. Logo a presença do professor, mesmo à distância, continuará sendo sempre de vital importância na vida de qualquer estudante e no bom andamento de qualquer curso.

Em relação a todas as diferenças e modificações sofridas para a adaptação de um curso para a modalidade a distância, Maia (2007) ressalta que elas

não decretam o fim da função do professor e tampouco a perda do seu emprego, mas, ao contrário, apresentam novos desafios e novas funções a serem desempenhadas. Na verdade, novas possibilidades de trabalho abrem-se para o professor em EAD, justamente pelo fato de ele não exercer mais a sua profissão como antigamente. (MAIA, 2007, p. 90).


1.4. PERFIL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Sabendo agora o que é a EAD, como foi a sua evolução até os dias atuais e como são, em geral, os estudantes que procuram por essa modalidade, resta agora tratarmos do professor-tutor. O profissional que, em parceria com todos os outros, tem a tarefa de mediatizar e possibilitar a construção de conhecimentos com a sua turma.

Antes de tudo, é necessário entender quais são as principais funções que ele deverá abraçar ao longo do seu trabalho e que não diferem tanto assim do professor presencial.

A principal de todas as características e, talvez, a mais importante é a de que o professor é parceiro do estudante e não mais o detentor de toda a atenção como na escola presencial, uma vez que, na educação a distância o centro de tudo é o aluno. Conteúdos, metodologias, ambiente virtual de aprendizagem, meios de interação são pensados levando em consideração a necessidade do cursista.

Em EAD como na aprendizagem aberta e autônoma da educação do futuro, o professor deverá tornar-se parceiro dos estudantes no processo de construção do conhecimento, isto é, em atividades de pesquisa e na busca da inovação pedagógica. (BELLONI, 2006, p.81)

Dentro das funções assumidas pelo professor na modalidade EAD, de acordo com Belloni (2006, p. 83 e 84) há:
  • Professor Formador: com tarefa correspondente a função pedagógica de um professor presencial que orienta seus alunos, nos estudos, orientando-os a pesquisar e a processar toda e qualquer informação para garantir um melhor aprendizado;
  • Professor conteudista: seleciona e prepara os materiais adequados (textos-base, planos de estudo, programas, vídeos, etc.) a serem lançados no curso. Pode-se dizer que essa função é correspondente à função didática de um professor da modalidade presencial;
  • Professor pesquisador: além de orientar e acompanhar seus alunos nas tarefas de pesquisa, essa função reserva ao professor a necessidade constante de atualização profissional e de reflexão em suas práticas pedagógicas e nas metodologias empregadas, visando sempre a melhoria de resultados para ambos os lados (instituição de ensino e alunado);
  • Professor tutor: acompanha todo o progresso do aluno no curso por intermédio do ambiente virtual de aprendizagem, não apenas orientando mas, dirimindo dúvidas e prestando esclarecimentos quanto aos conteúdos apresentados e, aplicando atividades avaliativas;
  • Tecnólogo educacional / Pedagogo especialista: organiza a parte pedagógica e tecnológica dos conteúdos, administrando e assegurando a integração entre essas equipes;
  • Professor "recurso": presta esclarecimentos pontuais sobre dúvidas tanto em relação às atividades quanto em relação ao conteúdo, até em como organizar uma rotina de estudos. Esta é uma função que pode ou não ser exercida, inclusive, pelo professor-tutor, dependendo da filosofia da instituição de ensino;
  • Monitor: auxiliar no nivelamento de estudantes, em geral, participantes de programas de educação popular partindo de encontros presenciais, reunidos em grupos de estudos. O monitor auxilia esses alunos, por exemplo, a interagirem no ambiente virtual de aprendizagem, nos fóruns, como fazer upload e download de arquivos e assim por diante.

O profissional que deseja atuar na educação a distância, tal qual na educação presencial, precisa manter-se informado não apenas na área de conhecimento que lecionará, mas principalmente nas tecnologias que serão usadas para transmitir esse conhecimento aos alunos, sejam elas síncronas ou assíncronas.

A formação de professores não escapa a esta lei: estes devem, como o restante da sociedade, levar em consideração a inovação; mas esta deve ser preparada por uma formação adequada. (...) Todo o pessoal docente deve aceitar evoluir como as outras profissões. (BELLONI apud DIEUZEIDE, 2006, p.85).

Belloni (2006) ainda afirma que

A formação de professores tem, pois, que prepará-los para a inovação tecnológica e suas consequências pedagógicas e também para a formação continuada, numa perspectiva de formação ao longo da vida. (BELLONI, 2006, p. 85).

Atualização e capacitação profissional são deveres para todo aquele que deseja manter-se em evidência na sua área, pois notoriamente as tecnologias de informação e de comunicação sofrem constantes e rápidos avanços, fazendo com que a evolução, nas metodologias, seja prioridade não apenas no intuito de reter o alunado, mas, também de se manter à frente no mercado de trabalho.

Como foi dito anteriormente, por mais tecnológico que seja um curso, não se pode confundir educação à distância com educação distante, logo, em conjunto com a tecnologia envolvida em todo esse processo de ensino-aprendizagem a presença virtual do tutor é vital.
Os alunos virtuais, por mais autônomos que possam ser, são pessoas que precisam de apoio do seu professor-tutor tanto quanto os alunos da modalidade presencial e esse profissional deve usar de todos os meios possíveis para estar sempre "presente" a fim de que o aluno não se sinta desamparado e só na sua trajetória.

Para atender a esse tipo de trabalho o professor-tutor deve ter algumas características pessoais e profissionais que atendam às necessidades do cargo, comentados por Pommer et al (2006), Maia (2007) e Behar (2013) em várias passagens de suas obras, tais como:
  • ser extrovertido;
  • empático;
  • lealdade com a instituição a qual pertence e acreditar na sua filosofia e metodologia;
  • ser disciplinado;
  • ter consciência da sua importância como formador de opiniões e de profissionais que atuarão na sociedade em que está inserido;
  • possuir preparo acadêmico e habilidade pedagógica para transmitir os conhecimentos de acordo com a modalidade a distância;
  • respeito ao ser humano e à sua diversidade;
  • saber comunicar-se e expressar-se por todos os meios disponibilizados;
  • gosto pela leitura, pela pesquisa e pela evolução acadêmica;
  • humildade profissional;
  • ser pontual em relação aos objetivos das aulas e das atividades a serem realizadas;
  • ser aberto à novas ideias e conceitos trazidos pelos estudantes e colegas de trabalho, lembrando sempre que cada um possui uma história que não deve ser, jamais, desprezada;
  • saber mediatizar uma discussão de forma pacífica não deixando que ela perca seu foco central, pois são essas as discussões que ajudam na construção dos saberes e assimilação de conteúdos;
  • ser carismático não impondo a sua presença com autocracia, mas, agindo como membro do grupo;
  • não ter medo de arriscar-se a testar novas metodologias e novas formas de interação;
  •  ser entusiasta da autonomia estudantil;
  • agir de maneira a incentivar cada vez mais o alunado com elogios pelas boas ideias e contribuições compartilhadas, e mensagens de motivação, sempre.

Há de se ter sempre em mente que o tutor deve ser constante estímulo na vida do cursista e, juntamente com as características acima mencionadas, ele deve ter preparo acadêmico para tanto.

Com o aumento da procura e da oferta de cursos a distância, ouve a necessidade de preparo de profissionais para esse desafio. Pode-se contar com inúmeras instituições que capacitam os professores desde cursos de extensão com quarenta ou oitenta horas de duração e que atende à necessidade imediata de capacitação, como cursos de especialização (pós-graduação) contendo a partir de trezentos e sessenta horas de duração. Nessa última categoria, o profissional terá oportunidade de imergir na Educação a Distância deste a sua história, passando por metodologias de preparo de um curso, legislação e capacitação para tutoria virtual que possibilitará a ele uma visão mais ampla da modalidade.

É essencial, então, que as instituições de ensino desenvolvam programas sérios de capacitação de tutores, inclusive para o uso das ferramentas de tutoria, e que esses programas sejam oferecidos continuamente. Muitas instituições criaram centros específicos para essas atividades e existem empresas e instituições que oferecem o serviço terceirizado de treinamento de tutores. (MAIA, 2007, p. 92).

Independente se a escolha for por um curso de curta, média ou longa duração, a capacitação é imperiosa, pois é nela que o profissional poderá verificar a existência de identificação com a função e poderá se instruir sobre a melhor maneira de trazer uma contribuição preciosa para a instituição de ensino e para os alunos.



CONSIDERAÇÕES FINAIS


A evolução da tecnologia, desde a invenção da escrita, tem contribuído imensamente para a evolução da humanidade em todas as áreas de sua existência: econômica, política, científica e educacional.

Analisando a cronologia do ser humano, pode-se notar que a partir do momento em que a tecnologia aliou-se à educação, à socialização da informação, ouve um disparo significativo na evolução da sociedade como podemos observar com a invenção de Gutemberg e da sua imprensa que possibilitou a popularização de obras escritas para uma maior parte da população.

Os preparos de profissionais que, muitas vezes, não possuem tempo de deslocamento para os bancos de uma escola ou, até mesmo, estão demasiadamente distantes dela, fez com que surgisse uma educação voltada a esse segmento sedento de capacitação e de instrução.

A Educação a Distância veio para ficar, pois, para muitos, ela é a modalidade que mais atende às suas possibilidades e, uma vez que a sociedade torna-se cada vez mais exigente e dinâmica, essa, também, é a tendência do público-alvo da EAD.
Para tanto é necessário que haja profissionais habilitados academicamente, preferencialmente preparados para essa modalidade, que possam auxiliar os estudantes a alcançar a excelência em seus estudos, não apenas para obtenção de um certificado ou diploma, mas para a preparação para uma vida profissional digna e próspera. Professores parceiros dos estudantes, de mente e coração abertos para a docência, que tenham noção da real significação da importância do compartilhamento de saberes e da construção colaborativa do ser humano.

Concluindo, cabe a citação de Paulo Freire, que pode ser usado para ilustrar a aprendizagem colaborativa que há na EAD. Ele afirma que é preciso que

... vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É nesse sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. (...) Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 2002, p. 25)





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEHAR, P. A. Competências em Educação a Distância. Porto Alegre: Penso, 2013.
BELLONI, M. L. Educação a Distância. - 4. ed. - Campinas: Autores Associados, 2006 (Coleção educação contemporânea)
Dicionário da Língua Portuguesa comentado pelo Professor Pasquale. - Barueri: Gold Editora, 2009
DUTRA, R. L.; LEVY, Denise. Tutoria em Educação a Distância: Texto Base. – São Caetano do Sul: USCS, 2015 – Disponível em: <www.virtual.uscs.edu.br> último acesso em 28/02/2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. - 23. ed. - São Paulo: Paz e Terra, 2002
JARETA, Gabriel Uma só educação. Guia de Educação à Distância, SP, Ano 12, nº 12, págs. 12-16. 2015
KENSKI, Vani M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. – 9ª ed. – Campinas, SP: Papirus, 2012 (Série Prática Pedagógica)
MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD - A educação a distância hoje. - 1.ed. - São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007
MATTAR, João. Educação a Distância no Brasil e no Mundo. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. Disponível em: <www.anhanguera.com> último acesso em 28/02/2015.
NISKIER, Arnaldo. Educação à Distância - A tecnologia da esperança - 2ª. ed. - São Paulo: Edições Loyola, 2000
OTTO, Peters. Didática do Ensino a Distância - São Leopoldo: Editora UniSinos, 2006

POMMER, Arnildo ... [et al]. Educação superior na modalidade a distância: construindo novas relações professor-aluno - Ijuí: Editora Unijuí, 2006 - (Coleção trabalhos acadêmico-científico. Série textos didáticos).